AGRICULTURA FAMILIAR E ESCOLA RIBEIRINHA DA VÁRZEA DE PARINTINS: O DISTANCIAMENTO ENTRE DOIS ENSINAMENTOS

Autores

  • José Camilo Ramos de Souza

DOI:

https://doi.org/10.36882/2525-4812.2015v1i5p%25p

Resumo

Este artigo tem por finalidade mostrar o processo de ensino e aprendizagem dos estudantes ribeirinhos das comunidades de várzeas São Sebastião e Menino Deus, de Parintins, onde eles aprendem trabalhando nos roçados com seus pais e nas escolas o que está estabelecido em uma proposta curricular, com conteúdos que não auxiliam nas práticas diárias. Os conteúdos escolares deveriam ser suportes importantes para que os estudantes pudessem fortalecer seus sentimentos de identidade cultural, valorizando o espaço vivido. As reflexões analíticas apresentadas são resultados de seis anos (2004 a 2006 e 2010 a 2013) de observações in loco durante a pesquisa do mestrado e, posteriormente, durante a pesquisa de doutorado. As observações foram realizadas acompanhando os estudantes nas escolas e, também, em atividades fora do horário escolar. Em determinado momento, foi realizado um diálogo livre para que as crianças e jovens (entre 12 e 13 anos de idade), os aprendentes, pudessem expressar suas formas e maneiras de aprender, com liberdade. O percurso de levantamento de dados ocorreu tanto no período da enchente quanto no período da vazante, para visualizar a dissociação entre as duas maneiras de ensinamento e de aprendizagem ocorridas nas práticas diárias (roçado, pescarias e criação) e no convívio escolar (conteúdos ensinados e não praticados). A vida de cada sujeito da várzea é animada pela onda do rio quando derruba o barranco (terra caída) e fertiliza com a deposição sedimentar, o que possibilita maior produção, construindo ensinamentos de saberes experienciados em processos contínuos de aprendizagem.

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Publicado

2016-06-02

Edição

Seção

Artigos