APRESENTAÇÃO

Autores

  • Edane Acioli
  • Gutemberg Guerra

DOI:

https://doi.org/10.36882/2525-4812.2012v1i1p%25p

Resumo

A revista Terceira Margem Amazônia tem a honra de apresentar para o público em geral o seu primeiro número. Inaugura-se mais um veículo de publicações científicas no Brasil e na Amazônia, mas principalmente, sendo uma publicação dedicada aos debates sobre a realidade amazônica, respeitando e introduzindo em sua proposta original as experiências sociais nela existentes. Em caráter especial de lançamento, a revista Terceira Margem Amazônia convidou para o primeiro número autores para contribuírem com a produção desta publicação, sendo a maioria membros do conselho científico da revista. O objetivo foi montar um número que servisse de orientador para as futuras publicações da revista. A primeira parte, chamada Corpus, traz nove artigos, uma nota de pesquisa, uma resenha e seis resumos de teses e dissertações. Na segunda parte, Práxis, apresentamos uma entrevista e dois trabalhos abertos ao debate. No contexto de preparatórias para as eleições municipais no Brasil, Josep Pont Vidal nos traz em seu artigo a discussão sobre a gestão pública municipal a partir da ótica da administração, defendendo que o desenvolvimento econômico de um município depende da qualificação da gestão deste. A questão agrária e a agricultura familiar sob diversas formas são trazidas ao debate em dois artigos com temas centrais diferentes, mas que se combinam entre si. No artigo de Henry Willians Silva da Silva e Wilson José Barp, o conflito da luta pela terra na Amazônia emerge através da análise do discurso dos atores envolvidos. No outro, a economia, a gestão de empreendimentos e a produção rural são discutidas pelos autores Farid Eid e Caio Luis Chiariello, que expressam a importância de pequenas cadeias produtivas sob o controle de trabalhadores rurais. Em outro paralelo, o equilíbrio socioambiental local, a partir de diferentes formas de uso dos produtos da floresta é alvo das pesquisas realizadas por Dulcilene Alves de Castro, o que vem apresentado por um estudo de caso na comunidade de Monte Sião em São Domingos do Capim no Nordeste do Estado do Pará. Dentro das discussões da pós-modernidade, a feira de alimentação do Ver-o-Peso (Belém/PA) é analisada por Rosa Maria Ferreira da Rocha a partir da percepção do cotidiano das relações sociais e de trabalho. O artigo de Adilson Viana Lima traz no centro de seu debate uma revisão conceitual sobre o desenvolvimento sustentável a partir de reflexões sobre as questões ambientais e os princípios norteadores de sustentabilidade na Amazônia. As discussões sobre educação aparecem em dois artigos. O primeiro traz o debate da educação infantil no contexto brasileiro, em particular, na Amazônia por Ana Maria Orlandina Tancredi Carvalho. O segundo, o processo formativo para a pesquisa é o tema discutido por Gutemberg Armando Diniz Guerra, que oferece reflexões sobre metodologia e procedimentos da pesquisa. Por último, o autor Romero Ximenes desenvolve uma análise antropológica da constituição histórica-cultural-mitológica da Amazônia enquanto região. Na seção Notas de Pesquisa, o geógrafo Saint-Clair Cordeiro da Trindade Júnior inaugura esse espaço dedicado ao relato de observações de campo, de dificuldades e do progresso da pesquisa na Amazônia. Em seu trabalho, chama a atenção para as particularidades sub-regionais existentes que demarcam diferentes espacialidades e territorialidades, e que sugerem, igualmente, políticas públicas diferenciadas quando se considera a relação cidade-rio na Amazônia. Trazemos uma resenha do livro A Amazônia e a cobiça internacional, de Artur Cezar Ferreira dos Reis, elaborada cuidadosamente por Maria Goretti da Costa Tavares. O livro já publicado com quatro reedições, entre os anos de 1965 e 1982, retrata os vários momentos de ocupação da região, afirmando que a Amazônia sempre foi alvo do interesse internacional, principalmente pela abundância de riquezas naturais, água, floresta, minerais, dotada de uma biodiversidade ímpar no espaço mundial. A edição oferece ainda seis resumos de trabalhos concluídos em 2011, sendo três de Doutorado e três de Mestrado. Inaugurando o lado Práxis da revista, apresentamos a seção Entrevista, que se dedica a apresentar personalidades da comunidade acadêmico-científica e de atores sociais, que contribuam e/ou tenham contribuído para o conhecimento e a realidade amazônica. O primeiro entrevistado é o pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental, Alfredo Kingo Oyama Homma, reconhecido nacional e internacionalmente pelo conjunto de sua obra. Já publicou dez livros, recebeu o Prêmio Nacional de Ecologia (1989), Prêmio Prof. Edson Potsch Magalhães (1989), Prêmio Frederico Menezes da Veiga (1997), Prêmio Jabuti (1999) e duas vezes o Samuel Benchimol (2004, 2010). A entrevista, conduzida por membros do conselho científico da revista, Maria do Socorro Ferreira, pesquisadora da Embrapa Amazônia Oriental e por Gutemberg Guerra, da Universidade Federal do Pará, com apoio de Rogério Almeida, da Universidade da Amazônia, recupera a trajetória de Homma, sua infância, sua chegada à Amazônia e à Embrapa, seus primeiros projetos sobre o extrativismo e as perspectivas para o setor na atualidade. Para fechar o número, a seção Debates, dedicada à divulgação de discussões entre comunidade acadêmico-científica e os diversos atores sociais, apresenta dois textos para o debate, um de Lúcio Flávio Pinto e outro de Maria de Fátima Fonseca, que giram em torno da divisão territorial do Estado do Pará, seus aspectos, suas contradições e uma análise sobre o resultado do plebiscito. A importância de tratar esse tema é a de tentar entender se esse debate está esgotado com o plebiscito ou se ainda é uma discussão viva entre as partes interessadas na Amazônia e no Brasil. Por fim, desejamos uma excelente leitura a todos e, aos autores e colaboradores que ajudaram a construir esse número, os agradecimentos. Edane Acioli Gutemberg Guerra

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Publicado

2015-10-19

Edição

Seção

Editorial