RESISTÊNCIA INDÍGENA FRENTE AOS AGENTES DOS MERCADOS NEOCOLONIAIS NO BAIXO RIO TAPAJÓS

Autores

  • Marcos Vinícius da Costa Lima

DOI:

https://doi.org/10.36882/2525-4812.2018v3i11p%25p

Resumo

O movimento indígena na região do baixo rio Tapajós teve início no final da década de 1990, organizando-se e institucionalizando-se no ano de 2000, com a criação do Conselho Indígena Tapajós Arapiuns (CITA). O CITA mobiliza e luta pelo reconhecimento étnico e por seus direitos territoriais. Paralelo a esse movimento surge também, na década de 1990, uma mobilização social em prol da criação da Reserva Extrativista Tapajós e Arapiuns (RESEX), que objetivou impedir o avanço do desmatamento causado por madeireiras em suas terras tradicionalmente ocupadas. As famílias moradoras, indígenas e não indígenas, paulatinamente, receberam incentivos para implantarem pequenos projetos econômicos em troca de mudanças na forma de apropriação e uso dos recursos naturais da RESEX. No entanto, essas ações de controle da territorialidade dos moradores pelos gestores da Resex causou insatisfação por parte dos indígenas, vindo a se agravar com as várias tentativas de implantação de projetos econômicos neoliberais, inclusive pelo viés do discurso de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), que comprometeria a territorialidade indígena. Pretende-se, aqui, interpretar e analisar as práticas territoriais dos agentes econômicos que vêm tentando implantar projetos econômicos em parceria com ONG´s e instituições públicas sem as oitivas, bem como sem anuência dos povos indígenas que moram e resistem aos ataques neocoloniais em seus territórios. Como referencial teórico, foram trabalhadas as categorias: território e territorialidade com base em Sack (1986), Bonnemaison (2002), Raffestin (2011) Haesbaert (1999, 2007, 2015). Foram feitas, também análises críticas sobre bibliografias correlatas e sobre a realidade observada em campo. Além da realização de entrevistas informais (relatos dos moradores da Resex). Constatou-se que os povos indígenas, organizados em movimento sociais têm conseguido frear as práticas territoriais impositivas como forma de resistência às intervenções dos mercados neocoloniais.

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Publicado

2018-12-19

Edição

Seção

Artigos